Por Emily Sobral
Twitter: @EmilySobral Periscope: @emiliasobral61

Teve início no Nordeste a colheita da safra de cana-de-açúcar 2016/17, com previsão de 53 milhões toneladas. Em Pernambuco, a estimativa é de fechar o período com a produção de 13 milhões de toneladas, um aumento de 10% em relação a 2015/2016, quando a produção foi afetada pelo El Niño. Assim, o Estado reforça a posição de segundo maior produtor do Norte/Nordeste, ficando atrás apenas de Alagoas, que prevê uma safra de 18,5 milhões de toneladas de cana. Com isso, os usineiros de Pernambuco esperam produzir um milhão de toneladas de açúcar e 300 mil metros cúbicos de etanol. O otimismo do setor fica por conta também dos preços internacionais do açúcar que melhoraram por causa do câmbio, impulsionando o setor.
Ao contrário da melhora na colheita e as expectativas de lucro, chamo atenção para o fato de que a execução da atividade manual do corte de cana continua expondo os trabalhadores ao excessivo desgaste físico e psicológico. O trabalhador rural no País continua sujeito ao labor penoso e, por vezes, ilegal. Ainda hoje, 80% da cana colhida são cortados à mão. Ora, é lógico que a atividade canavieira leva ao desgaste físico desses trabalhadores. Trata-se de um despropósito a baixa mecanização do corte de cana. Além disso, o sistema de pagamento por tonelada cortada manualmente, somado aos precários meios de transporte, alimentação, segurança e falta de pausa e equipamentos de proteção individual, eleva os riscos de acidente de trabalho.
Entre os principais riscos ocupacionais, destacam-se a exposição à poeira e à fuligem, além das altas temperaturas, cortes envolvendo punho, mãos e dedos, problemas ergonômicos e picadas por animais peçonhentos. Tão adversas são as condições de trabalho dos cortadores de cana, que já passou da hora de o poder público (diga-se Ministério do Trabalho) atuar com fiscalização nas lavouras e punição aos empregadores que não utilizam de regras para melhorar o patamar a que estão expostos os canavieiros.
De fato, quando sabemos da situação dos cortadores de cana no país, pensamos até que vivemos no Brasil colônia. Um absurdo a vida dessas pessoas! É sempre bom alertar para os danos do trabalho de semiescravidão dos canavieiros.
Cresce a produção e diminui a expectativa de vida dos trabalhadores. Triste a exploração do homem pelo homem.
Quando será que a mecanização no corte de cana será uma realidade no Brasil. Não é sem tempo, não?
esses usineiros e plantadores de açúcar só querem saber de lucrar. Eles tem uma força política e econômica muito grande e não se importam com as condições de mão-de-obra, que são desumanas. Acorda, Brasil!
O ministério do trabalho não vai fazer nada pelos cortadores de cana nem por ninguém. eles só olham os interesses deles, como aumento do salário deles.
Toneladas e mais toneladas de cana colhidas de forma arcaica e desumana. Ainda estamos na idade média. Não, o Brasil não acorda!