Atire a primeira pedra quem nunca se divertiu com o gordinho do trabalho. Um profissional acima do peso, quando está empregado, é alvo fácil de piadas maldosas. Quando está procurando colocação no mercado, a situação ainda é mais constrangedora, pois ele precisa enfrentar a discriminação das empresas que restringem a sua contratação. Mas, com cerca de 40% da população do Brasil obesa, é no ambiente laboral que se deve acolher esse público. Não só apoiá-lo, como alertá-lo sobre os riscos do sobrepeso que o torna suscetível às doenças do trabalho.
Por causa do excesso de peso, o trabalhador estará mais propenso aos problemas de coluna. Carregar peso, manter uma postura inadequada e executar tarefas de movimentos repetitivos já fazem, normalmente, aumentar a incidência de doenças ortopédicas em trabalhadores. Se eles se encontram com o IMC (Índice de Massa Corpórea), principal referência para classificação das faixas de peso, fora do ideal, os danos serão ainda mais graves.
O médico Antonio Ricardo Daltrini, coordenador de Saúde no Trabalho da Fundacentro, autarquia do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), diz que, objetivamente, para a medicina do trabalho, as dores de coluna e a tendinite são as patologias mais incidentes ao obeso.
A equação para ser gordo é bastante básica. Ingerir nutrientes demais e gastá-los de menos. Daltrini condena a decisão de muitas empresas de não contratar pessoas gordas. Para ele, isto é uma política inadequada. Não é porque se está obeso que são incapazes de trabalhar. Porém, quando se trata de gestão de medicina do trabalho, as empresas devem sim encarar o problema e ser um incentivador para a solução. Hoje, da mesma forma que há empresas que patrocinam campanhas internas para evitar e controlar a hipertensão arterial e o diabetes de seus empregados, também devem ter programas para trazer o obeso a um peso mais adequado.
É claro que não se encontram companhias colocando em prática programas antiobesidade em qualquer esquina, mas há. Se hoje a obesidade é uma realidade, o mais sensato é fazer com que o médico de trabalho, em conjunto com enfermeiro ocupacional e nutricionistas, tenha acesso ao trabalhador com sobrepeso para ajudá-lo e orientá-lo sobre os riscos a que estão suscetíveis. Não são apenas as dores de coluna, há a hipertensão, o diabetes, fora as patologias mais críticas como as pulmonares e coronarianas.
Reduzir a obesidade no trabalho é também diminuir o absenteísmo. Os afastamentos do trabalho de obesos estão relacionados às patologias osteomusculares, hipertensão e diabetes. Se o trabalhador tem alguns desses problemas, ele falta ao trabalho. Se for obeso, as doenças vêm em dobro. Galera, todos ao IMC IDEAL.
Por Emily Sobral
É, obesidade não está com nada mesmo… Seria ótimo se as empresas investissem em conscientizar os funcionários sobre alimentação saudável e exercícios físicos.
Eu bem que queria participar de um programa anti-obesidade. Isso existe em alguma empresa? Sei que muitos se beneficiariam com isso.
os gordinhos(as) agradecem pelo apoio