Por Emily Sobral
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Há bem pouco, os foliões estiveram expostos a potentes barulhos gerados pelo Carnaval. Folia que é folia precisa ter sons do batuque, tambores e cuícas para acionar o samba no pé das pessoas que adoram a festa mais popular do Brasil. Mas, o Carnaval já foi, e agora esperamos que o País possa andar para frente, não é mesmo? Enquanto a barulheira do Carnaval contentou os ouvidos de quem brincou por opção, no mundo do trabalho, o ruído excessivo proveniente de máquinas ensurdece e adoece muitos empregados. O ruído no trabalho é um dos grandes problemas ocupacionais no Brasil e no mundo. A perda auditiva induzida por ruído (conhecida como PAIR) acontece quando a pessoa se expõe por muito tempo a altos níveis de pressão sonora. Normalmente, ela começa a perder, primeiramente, as frequências mais agudas. Quem trabalha nas áreas de construção civil, em indústrias ou no trânsito costuma estar mais sujeito a esse tipo de problema. Se não se fizer nada, essa perda se aprofunda e começa, então, a atingir as frequências ditas sociais, ou seja, as conversas, dos sons do dia a dia e da natureza. Com o tempo, esse déficit vai gerando problemas, inclusive na musculatura, porque as pessoas tencionam o corpo quando ficam expostas ao barulho.
Afinal, as vibrações e os sons agudos incomodam. Além do aumento do tônus muscular, a perda auditiva pode causar dificuldade de concentração, alterações do sono e perda na capacidade produtiva. O ruído pode causar ainda a aceleração da frequência cardíaca e respiratória, alteração da pressão arterial, dilatação da pupila e estresse. Portanto, a perda auditiva provocada por ruído é um problema muito sério. Para prevenir, as empresas precisam detectar o grau do ruído e se este é passível de causar perda auditiva nos trabalhadores.
Entre as medidas de proteção contra a PAIR, deve-se acabar com a fonte do ruído, atenuá-la e, na impossibilidade de diminuir aquela fração, o trabalhador deve usar sistematicamente os protetores auriculares. Pois é, quem gosta de barulho do Carnaval da avenida pode ficar surdo, pois como diz o ditado: o que é de gosto regala a vida. Já no ambiente laboral, é obrigação dos empregadores pouparem os ouvidos dos empregados. A saúde também começa pelos tímpanos…
Os setores de segurança do trabalho das empresas têm dificuldades de controlar os ruídos excessivos que causam surdez aos trabalhadores. Essa é a real.