Por Emily Sobral
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Leio um recente estudo de Estatísticas de Gênero, divulgado pelo IBGE, e constato que as conclusões não causam estranheza: as mulheres trabalham, em média, três horas por semana a mais do que os homens, combinando trabalhos remunerados, afazeres domésticos e cuidados de pessoas. Mesmo assim, e ainda contando com um nível educacional mais alto, elas ganham, em média, 76,5% do rendimento dos homens. Vamos chorar? Por essa desigualdade, não.
Na história da humanidade, o gênero feminino já superou injustiças estapafúrdias, e assim continuará sendo. Agora, confesso que fiquei surpresa com uma informação que veio lá de Piracicaba, interior paulista, e divulgada pelo Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (Cerest) da região. Entre 2013 e 2017, o município registrou 45.147 acidentes do trabalho, dos quais 12.023 foram com trabalhadoras. No mês em que se comemora o dia internacional das mulheres, os dados do Cerest mostram que é preciso haver políticas de conscientização da mulher trabalhadora, para que se reduza as ocorrências entre as moças.
Ainda segundo as estatísticas, ocorreram 1.301 casos de acidentes graves e 23% (302) foram com mulheres. Dos sinistros envolvendo trabalhadoras, 59% foram atribuídos a três tipos de causas, como queda no mesmo nível (24%), em atividade de limpeza, descendo escada fixa e andando em local liso e molhado.
Já sobre os adoecimentos, no período de 2015 e 2016, as mulheres representaram 47% dos casos atendidos. Os problemas de saúde mais recorrentes entre as mulheres foram as dores osteomusculares (47%), dores na coluna (13%) e distúrbios mentais (5%).
As funções profissionais que mais adoeceram as trabalhadoras foram: auxiliar de produção, auxiliar de limpeza/faxineira, costureira e cozinheira.
Um abisurdo! Além de ganhar menos a mulher ainda é mais vítima de acidente. Isso precisa mudar!
Mais essa injustiça a ser superada por nós. Vençamos ilesas e saudáveis!
As trabalhadoras são mais preocupadas com segurança, então em Piracicaba é exceção. Será?